Pressionado, governo mira adiamento da CPI do INSS enquanto tenta reorganizar a base
Governo busca adiar instalação da CPI do INSS para reorganizar base e negociar influências. Embora inevitável, pressão da oposição pode acelerar o processo de instalação da comissão.
Pressão política: O governo Lula articula o adiamento da instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do INSS, buscando reorganizar sua base aliada.
A criação da CPI depende de uma sessão do Congresso, onde o presidente Davi Alcolumbre fará a leitura do requerimento. A estratégia lembra o início de 2023, quando o governo postergou a CPI dos atos golpistas para conter danos políticos.
Reconhecimento da inevitabilidade: Parlamentares da base reconhecem que a CPI é inevitável, mas o governo acredita que adiá-la pode facilitar negociações em favor da presidência e relatoria da comissão.
Expectativas de sessão: Este ano não houve sessão do Congresso, mas espera-se que ocorra para deliberar vetos presidenciais. O líder da oposição, Rogério Marinho, afirmou que a sessão ocorrerá entre os dias 27 e 28.
O foco é garantir influência sobre a comissão que investigará um esquema de fraudes em benefícios previdenciários. Entre 2019 e 2024, cerca de 4,2 milhões de pessoas foram vítimas de cobranças ilegais, resultando em perdas de R$ 6,3 bilhões.
Indicação da relatoria: O nome da deputada Tabata Amaral foi cogitado para a relatoria, mas enfrenta resistência. O governo busca um aliado de confiança para barrar tentativas da oposição de ampliar a investigação.
Medidas do governo: O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, considera a CPI desnecessária, porém afirma que, se instalada, o governo garantirá maioria na comissão. O Ministério da Previdência lançou um sistema para contestação de descontos indevidos.
Até agora, R$ 2,5 bilhões de 12 entidades suspeitas foram bloqueados e podem ser usados para ressarcir os prejudicados. A CGU e o TCU também iniciaram apurações.
Contexto político: Ministros de Lula argumentam que a maioria dos convênios suspeitos foram firmados entre 2019 e 2022, mas os valores descontados aumentaram significativamente sob a atual gestão, saltando de R$ 536,3 milhões em 2021 para R$ 2,637 bilhões em 2024.