‘Pressão de Trump uniu Groenlândia e Dinamarca contra anexação dos EUA’, diz analista dinamarquês
Trump intensifica seu interesse pela Groenlândia, sugerindo controle militar em meio a debates sobre recursos naturais da ilha. Especialistas avaliam a complexidade da relação entre os EUA, Dinamarca e a Groenlândia perante a busca por autonomia.
A Groenlândia é um território que tem atraído a atenção de Donald Trump desde seu primeiro mandato presidencial. Em suas declarações, ele chegou a considerar a ideia de comprar a ilha da Dinamarca, que rejeitou a proposta. Após ser reeleito, Trump intensificou suas afirmações, sugerindo que os EUA poderiam tomar controle militar da Groenlândia.
Trump argumenta que esse controle é necessário para a segurança no Ártico, mas dinamarqueses e groenlandeses questionam o motivo. Kristian Søby Kristensen, diretor do Instituto de Estratégia e Estudos de Guerra da Dinamarca, afirma que o Acordo de Defesa de 1951 já autoriza operações militares americanas na Groenlândia.
Historicamente, a Groenlândia teve uma presença militar dos EUA significativa, com 15 mil soldados durante a Guerra Fria. Atualmente, há apenas 200 soldados na Base Espacial de Pituffik.
A Groenlândia também possui recursos minerais valiosos, que despertam o interesse de Trump. Kristensen sugere que Trump pode buscar um acordo de extração mineral, similar ao que está sendo negociado com a Ucrânia. No entanto, ressalta que a extração na região é desafiadora devido ao clima extremo.
Enquanto isso, muitos groenlandeses buscam mais independência, mas em momentos de pressão externa, como a vinda de Trump, o sentimento de unidade com a Dinamarca aumenta. Kristensen observa que a Groenlândia é autônoma, mas a segurança continua sob domínio dinamarquês.
Além disso, as preocupações com a vulnerabilidade da Groenlândia a ameaças externas, como hackers, refletem a complexidade da relação no Ártico, estratégico para EUA e Rússia.
O futuro da Groenlândia, em relação à sua independência e ao controle militar dos EUA, permanece incerto. A população continua a ponderar se deseja mais autonomia ou se prefere o status atual ao lado da Dinamarca.