Pressão de empresários e temor de recessão levaram Trump a pausar tarifas, diz WSJ
Trump faz uma pausa de 90 dias nas tarifas, mas mantém a sobretaxa global de 10%. A decisão é resultado de pressões de empresários e riscos de recessão destacados por líderes do setor financeiro.
Donald Trump recua parcialmente de seu plano de tarifas “recíprocas” após intensa pressão de empresários, parlamentares e governos estrangeiros.
A reversão, anunciada na quarta-feira (9), inclui uma pausa de 90 dias nas tarifas para alguns produtos, mantendo a sobretaxa global de 10% e aumentando para 125% a taxa sobre produtos chineses.
A decisão foi tomada no Salão Oval, com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, influenciando Trump a buscar uma abordagem mais negociadora. Bessent esteve em contato com Wall Street e discutiu alternativas com o presidente na Flórida.
Trump admitiu que refletiu sobre as tarifas “nos últimos dias” e não consultou advogados antes de anunciar a mudança em uma rede social. “Não queremos prejudicar países que não precisam ser prejudicados”, disse.
Mais de 75 países demonstraram interesse em flexibilizar as tarifas, com o Japão liderando. A fala do CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, alertando sobre riscos de recessão, também influenciou a decisão de Trump.
Apesar do anúncio repentino, discussões sobre alternativas já ocorriam nos bastidores. No momento da divulgação, o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, estava no Congresso e soube da mudança durante a sessão.
Críticas foram direcionadas à postura do presidente, sendo classificada de “amadorismo” por parlamentares. No entanto, os mercados reagiram positivamente à reversão, embora os índices futuros dos EUA apresentem forte queda nesta quinta-feira (10).