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Preso e sem herdeiros políticos: qual o peso político da família de Collor atualmente?

Prisão de Collor simboliza o fim da influência política do clã alagoano. Especialistas avaliam que a trajetória do ex-presidente se encerra sem sucessores e em meio a crises econômicas.

Prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello surpreende analistas políticos, mas é vista como esperado por quem conhece a política de Alagoas.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes encerra a trajetória do clã Collor, que, 35 anos após a presidência, enfrenta a prisão de seu principal integrante. A professora Luciana Santana considera a prisão como o "fim simbólico" da força política da família.

Collor foi preso em 25/4 após condenação por corrupção passiva relacionada a um esquema de R$ 20 milhões em propinas, ligado à Operação Lava Jato. Ele nega as acusações e sua defesa recorreu da prisão, afirmando que o recurso não tinha caráter protelatório.

O ex-presidente foi detido no aeroporto de Maceió e transferido para um presídio federal. A trajetória política de Collor, marcada por ascensões e quedas, inclui:

  • Prefeito de Maceió (1979)
  • Deputado Federal (1983)
  • Governador de Alagoas (1987)
  • Presidente do Brasil (1989-1992, impeachment)
  • Senador (2006 e 2014)

Após 2014, seu prestígio declinou devido a investigações de corrupção, rompimento com os Calheiros e tentativas frustradas de candidatura. Sua aliança com Jair Bolsonaro também não trouxe resultados positivos, culminando em sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro em 2023.

Economicamente, as empresas da família enfrentam dificuldades financeiras, com dívidas milionárias e recuperação judicial. A fortuna de Collor diminuiu significativamente nos últimos anos, e seus bens estão sob disputa judicial.

Divisões familiares e a falta de sucessores políticos entre seus filhos agravam o cenário. A influência política do clã é cada vez mais preenchida por famílias como os Calheiros e Lira.

Analistas acreditam que a retomada do prestígio político da família Collor é improvável no curto prazo, marcando um fim dramático na história de um dos clãs mais tradicionais da política brasileira.

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