Presidente do voto Legal diz ao STF que ‘não tratou de fraude nas urnas, mas de problemas técnicos’
Carlos Moretzsohn Rocha se defende de acusações sobre vazamento de informações e nega envolvimento em fraudes nas urnas. Durante depoimento, ele enfatizou que sua atuação se restringiu a uma auditoria técnica sem conotações fraudulentas.
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, negou ter vazado informações sobre “fraude nas urnas” durante as eleições de 2022 ao Supremo Tribunal Federal (STF).
No depoimento, ele afirmou que sua função era realizar uma auditoria técnica contratada pelo PL, sem discutir fraudes. Moretzsohn afirmou: “Tratamos de problemas técnicos e não falamos de fraude em hipótese alguma.”
O Instituto ajudou o PL a protocolar uma representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), baseada em um relatório que alegava inconsistências em cinco modelos de urnas. A Procuradoria Geral da República (PGR) alegou que o documento continha informações falsas e visava deslegitimar o pleito em favor de Jair Bolsonaro.
Moretzsohn também declarou que não tinha responsabilidade em identificar fraudes ou falhas de programação. Ele subcontratou Éder Lindsay Magalhães Balbino para suporte técnico e selecionou teses hipotéticas de indícios de fraude nas urnas.
A acusação aponta que ele buscou justificar a tese de que Bolsonaro teria vencido as eleições com urnas de 2020. A PGR alega que Moretzsohn sabia da falsidade das alegações, mas vazou um relatório à imprensa. Este documento foi usado na petição do PL pedindo a invalidação de votos.
Adicionalmente, foi ouvido o major da reserva do Exército, Ângelo Denicoli, acusado de produzir um relatório com informações falsas e de contatar o influenciador argentino Fernando Cerimedo, que criticava as urnas eletrônicas. Denicoli, que exerceu o direito de permanecer em silêncio, disse não ter feito auditorias.
A denúncia da PGR sugere que Denicoli seria um elo entre Cerimedo e o grupo investigado, com evidências de comunicação através de diálogos de WhatsApp e arquivos no Google Drive.
Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Fernando Dias