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Presidente do BC europeu vê espaço para negociar tarifas com EUA e descarta recessão na zona do euro

Lagarde defende negociações comerciais com os EUA e alerta sobre os impactos das tarifas na economia da UE. Ela descarta a recessão na zona do euro e destaca a importância de flexibilidade na política monetária do BCE.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), afirmou em entrevista à CNBC que há “completa certeza de que há espaço para negociar tarifas” com os Estados Unidos.

Ela alertou que as medidas comerciais dos EUA têm um impacto “bem prejudicial” no crescimento da União Europeia. Lagarde declarou: “As tarifas representam perdas para todos os países, inclusive os EUA”.

Sobre a possibilidade de recessão, ela descartou: “Não vejo recessão para a zona do euro no momento”.

Lagarde ressaltou o “muito interesse mútuo” nas relações comerciais e afirmou que a Europa não agiu de maneira injusta com os americanos. A presidente do BCE defendeu o livre comércio global.

Ela comentou que as projeções iniciais do BCE mostravam o dólar se fortalecendo e o euro se desvalorizando, mas isso não ocorreu. Adicionalmente, destacou que as tarifas americanas impactam a economia da UE e que a Europa se torna uma opção para a China vender produtos.

Sobre o impacto das tarifas na inflação, Lagarde afirmou que “ainda não posso dizer qual é” e que isso deve ser monitorado de perto.

A presidente do BCE declarou que o processo desinflacionário na zona do euro está “em ‘fase de conclusão’” e que a meta de inflação de 2% pode ser atingida ainda este ano. A projeção para 2025 é de uma inflação de 2,1%.

Ela afirmou que o BCE será “dependente de dados ao extremo” para definir a política monetária e enfatizou que os bancos europeus estão “muito bem capitalizados”.

Apesar das pressões externas, Lagarde evitou polêmicas sobre comentários do presidente Donald Trump sobre o chefe do Federal Reserve (Fed), reiterando que “Bancos Centrais são dependentes de dados”.

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