Presidente do Banco Mundial diz que países em desenvolvimento aplicam tarifas muito altas
Presidente do Banco Mundial alerta que a incerteza econômica e as tarifas elevadas podem afetar o crescimento global. Ele destaca a importância da liberalização de mercados para países em desenvolvimento e a necessidade de fortalecer laços regionais.
Ajay Banga, presidente do Banco Mundial, destacou nesta quarta-feira (16) que a incerteza e a volatilidade atuais no ambiente econômico reduzirão o crescimento global.
Ele afirmou que os governos em desenvolvimento têm um papel central no comércio global, comparado a duas décadas atrás, e que cobram tarifas elevadas, defendendo a abertura de mercado.
Banga mencionou o embate comercial entre os EUA e a China, justificando que altas taxas de importação podem prejudicar esses países. Ele defendeu a liberalização ampla para mitigar os riscos associados.
Atualmente, quase metade das exportações mundiais vai para países em desenvolvimento, aumento em relação a 2000, quando era apenas um quarto. O presidente do banco aconselhou que tarifas mais altas criam atrito, levando à menor transparência e crescimento.
Banga enfatizou a importância do fortalecimento regional para reduzir custos e aumentar o comércio. Ele reconheceu que a incerteza tarifária impacta o crescimento global, embora não consiga prever o impacto exato para cada país.
O presidente também destacou que países com modelos de crescimento exportador, especialmente aqueles dependentes de commodities, são mais vulneráveis a interrupções, mas podem gerenciar a incerteza a longo prazo.
As reuniões da próxima semana focarão na criação de empregos, lideradas por Tamon, presidente de Singapura, e Michele Bachelet, ex-presidente do Chile.
Sobre a contribuição dos Estados Unidos ao Banco Mundial, Banga expressou incertezas, considerando que o governo atual questiona organismos multilaterais. A contribuição prometida pelo ex-presidente Joe Biden de US$ 4 bilhões para a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) está em risco, o que poderia reduzir o financiamento total de US$ 100 bilhões para cerca de US$ 80 bilhões.
"A incerteza é real para o Grupo Banco Mundial e nossos destinatários", concluiu Banga.