Presidente do Banco Central diz que indicação de alta de juros em maio segue valendo
Banco Central reafirma necessidade de novo aumento na taxa Selic para conter inflação. A decisão será revisada na próxima reunião do Copom em maio, com expectativa de alta em menor intensidade.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, reafirmou nesta terça-feira (29) que a indicação do Copom para um novo aumento da taxa básica de juros em maio permanece válida.
A declaração foi feita durante uma coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira do segundo semestre de 2024. Galípolo afirmou: "Estamos respondendo a uma dinâmica de inflação desafiadora" e a intenção é manter a taxa em um nível restritivo necessário para cumprir a meta de inflação.
Em março, o Copom aumentou a taxa para 14,25%, similar aos índices durante o governo Dilma (2015-2016). Um novo aumento em maio, porém, será em menor intensidade (abaixo de um ponto percentual).
O Banco Central indica que uma desaceleração da economia é essencial para reduzir a inflação e seu hiato do produto continua positivo, ou seja, a economia está operando acima do potencial sem pressão inflacionária.
Galípolo também destacou que os sinais de desaceleração ainda são iniciais e que é preciso vigilância sobre os preços.
Política de Juros
- A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC contra a inflação, afetando mais a população pobre.
- A definição da Selic é baseada em metas: se as projeções estão alinhadas, os juros podem cair; se acima, a taxa tende a subir.
- A partir de 2025, a meta será 3%, cumprida se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
- Atualmente, as projeções de inflação para 2025 a 2028 estão acima do objetivo central.
O BC admitiu que pode haver descumprimento da meta de inflação novamente em junho, com seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.