Presidente da CVM vê demanda por IPOs e aposta em regime que facilita listagem
CVM busca estimular o crescimento de emissões no mercado de capitais brasileiro, especialmente para empresas de médio porte. Novo regime "Fácil" visa reduzir custos regulatórios e atrair mais companhias ao ambiente regulado.
João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), afirmou que há uma demanda represada por ofertas públicas no Brasil, durante evento no Rio de Janeiro.
Ele destacou que o foco é em criar condições para que companhias de médio porte possam acessar o mercado regulado.
Nascimento afirmou: “A quantidade de companhias abertas no Brasil ainda não se traduz em número equivalente de listagens.”
A CVM aposta no novo regime regulatório “Fácil”, para empresas com receita bruta inferior a R$ 500 milhões, visando atrair companhias de menor porte e reduzir custos regulatórios. Até agora, 206 companhias foram mapeadas como candidatas.
Ele enfatizou: “Queremos mais companhias abertas, mas sobretudo que usem efetivamente o mercado de capitais.” O projeto se inspira em Canadá, Austrália e EUA.
Nascimento também comentou sobre a indústria de fundos, que teve mais resgates que aplicações em 2023, mas cresceu 11,5%. Em 2024, as aplicações superaram os resgates com os juros em queda.
O Brasil possui quase 41 milhões de contas em fundos, totalizando R$ 9,5 trilhões e é a sexta maior indústria de fundos do mundo, segundo a IOSCO.
O presidente da CVM destacou a inclusão de novos emissores e a integração da criptoeconomia ao mercado regulado.
Nascimento apontou o agronegócio como vetor de crescimento, apesar de sua participação de apenas 3,5% no mercado de capitais.
Ele concluiu sugerindo que o momento é propício para uma consolidação normativa que simplifique a jornada do investidor: “Estamos vivendo uma revolução silenciosa.”