Presidente da COP30 diz que países querem evento fora de Belém por preços extorsivos
Embaixador alerta sobre preços exorbitantes em hotéis de Belém para a COP30, que podem afastar países participantes. Esforços do governo visam conter a insatisfação e garantir a presença internacional no evento climático.
Em entrevista a correspondentes estrangeiros, o embaixador André Corrêa do Lago anunciou sua presidência da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro. Ele enfatizou o esforço do governo para convencer os hotéis de Belém, no Pará, a reduzirem os preços, que aumentaram até 10 vezes o valor normal.
Corrêa do Lago destacou que, embora os hotéis costumem aumentar preços durante as COPs, Belém passa por um movimento extorsivo, levando alguns países a pensarem em não participar. “Cidades onde as COPs aconteceram costumam pedir o dobro ou triplo, mas em Belém, os aumentos são abusivos”, afirmou.
O embaixador relatou que alguns países em desenvolvimento já expressaram sua irritação com a situação, o que poderia levar à retirada do evento de Belém. Ele mencionou que essa crise se tornou pública após declarações de representantes africanos.
A COP30 é parte de um processo iniciado em 1992, e a conferência deve revelar se estamos próximos da meta de 1,5 ºC de aumento na temperatura global até 2035.
Corrêa do Lago também frisou que a cúpula deve ser lembrada pela implementação de soluções e tecnologias para uma economia de baixo carbono. A Iniciativa Climática para Óleo e Gás (OGCI) será convidada para as negociações.
O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás, Roberto Ardenghy, reafirmou o compromisso do setor em descarbonizar e encontrar formas de financiar a transição energética. Ele argumentou que o uso de combustíveis fósseis ainda é vital, especialmente para a indústria, como o setor petroquímico e de fertilizantes.