Premiê do Japão se agarra ao cargo após derrota expressiva em eleições
Após uma derrota significativa nas eleições, o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba insiste em permanecer no cargo e afirma que continuará a enfrentar os desafios econômicos e políticos do país. A oposição, beneficiada pela insatisfação popular, conquistou um número recorde de cadeiras, aumentando a pressão sobre o governo.
Primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, permanece no cargo após derrota do seu partido, o Partido Liberal Democrático (PLD), nas eleições para a Câmara Alta.
No pleito, a coalizão governante, que inclui o PLD e o aliado Komeito, perdeu a maioria, conquistando apenas 47 das 125 cadeiras em disputa, e agora totaliza 122 assentos.
A oposição obteve 78 cadeiras, alcançando 126 assentos. A comparação com 2022 mostra um crescimento significativo: na última eleição, a oposição tinha apenas 102 cadeiras.
Ambas as casas do parlamento agora têm composição diferente, com a coalizão em minoria. A oposição ganhou força, especialmente com novos partidos nacionalistas, como o Sanseito, que cresceu sob a liderança de Sohei Kamiya.
Kamiya afirmou que sua sigla busca representar o nacionalismo japonês e disse: "Japoneses Primeiro". O Sanseito conquistou 14 cadeiras, tornando-se o quarto partido da oposição.
Apesar da pressão e da opção de integração com outros partidos, Ishiba declarou que não sairá do cargo. Ele citou as "negociações cruciais" com os EUA como motivo para sua permanência.
Yoshihiko Noda, líder da oposição, considera apresentar uma moção de desconfiança, questionando a gestão de Ishiba. Entretanto, a fragmentação na oposição pode dificultar a derrubada do premiê.
Ishiba reiterou seu compromisso em resolver os desafios do país e manter a confiança da população, mesmo com a gestão do PLD enfrentando dificuldades, como inflação de 3,3%.
Após a derrota, ele afirmou que medidas como cortar impostos não são soluções viáveis e fez um apelo a investidores preocupados com sua permanência no cargo.