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Preços do aço disparam nos EUA e siderúrgicas culpam tarifas de Trump

Aumento das tarifas sobre o aço impacta preços e gera desafios para fabricantes de veículos nos EUA. Siderúrgicas nacionais registram alta nos valores, enquanto importações caem em meio a críticas a concorrentes estrangeiros.

Siderúrgicas dos EUA aumentam preços do aço após o presidente Donald Trump dobrar a tarifa sobre importações, de 25% para 50%.

A Cleveland-Cliffs e a Steel Dynamics relataram alta nos preços no segundo trimestre, elevando os custos para fabricantes de veículos e bens duráveis.

A Daimler Truck North America tentou repassar parte desse aumento ao consumidor, mas encontrou resistência. A fabricante aumentou US$ 3.500 no preço de um ônibus escolar com tarifas a 25%, e o impacto pode ser maior com o novo aumento.

John O'Leary, CEO da Daimler, afirmou que os fabricantes de aço americanos têm mais liberdade para definir preços. A empresa também demitiu cerca de 2 mil trabalhadores em cinco unidades na América do Norte.

Aumento nas tarifas e preços internos:

  • A Steel Dynamics vendeu aço a US$ 1.134 por tonelada, contra US$ 998 anteriormente.
  • A Cleveland-Cliffs comercializou a US$ 1.015, acima dos US$ 980 anteriores.
  • O preço do aço nacional subiu 16% no acumulado do ano.

Lourenço Gonçalves, presidente da Cleveland-Cliffs, afirmou que as tarifas sustentam a indústria siderúrgica interna e criticou os concorrentes estrangeiros. As importações de aço caíram 6,2% até maio, com Canadá, Brasil, Coreia do Sul e México como principais exportadores.

As tarifas, que começaram em 2018, foram ampliadas com o retorno de Trump, incluindo novos itens à taxação. Em junho, a Nippon Steel cedeu participação acionária ao governo dos EUA pela aquisição da US Steel.

Embora o governo considere as medidas estratégicas para a indústria de defesa, memorandos apontam que apenas 3% da produção nacional de aço é voltada para necessidades militares.

Apesar do aço americano ser o mais caro do mundo, as tarifas não impactam importações de minério de ferro e ferro-gusa. Uma possível tarifa de 50% sobre produtos do Brasil poderia mudar o cenário, e Gonçalves defende a inclusão do ferro-gusa na lista tarifária.

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