Preços abusivos em Belém podem excluir países africanos da COP30
A alta dos preços das acomodações levanta preocupações sobre a participação de países em desenvolvimento na COP30. A ONU e o Brasil buscam soluções para garantir uma representação adequada durante a cúpula em Belém.
A Secretaria do Clima da ONU está preocupada com os altos preços das acomodações para a COP30 em Belém, em novembro, o que pode impedir a participação de países mais pobres.
Richard Muyungi, presidente do Grupo Africano de Negociadores, afirmou que países africanos podem reduzir sua participação devido ao custo elevado. Ele enfatizou: “O Brasil tem muitas opções para ter uma COP melhor.”
Os preços das hospedagens podem chegar a US$ 600 por dia (mais de R$ 3,3 mil). Juan Carlos Monterrey Gómez, negociador panamenho, expressou preocupação de que a conferência se torne “a COP mais inacessível da história recente”.
No dia 29, a ONU realizou uma reunião de emergência para discutir “preparativos operacionais” e o Brasil se comprometeu a propor soluções até 11 de agosto.
A escolha de Belém para a COP30 surpreendeu a comunidade internacional, que esperava um local com mais infraestrutura. Atualmente, a cidade possui 18 mil leitos e corre para expandir para acomodar as 45 mil pessoas esperadas.
O governo federal planejou a contratação de dois navios de cruzeiro para oferecer 6 mil leitos extras. Foram anunciados preços de diárias acessíveis de até US$ 220 para países em desenvolvimento, mas isso ainda está acima do subsídio de US$ 149 oferecido pela ONU.