'Preconceito com nordestino persiste porque é conveniente. Nordestinos protagonistas e com poder incomodam'
Encontro inesperado leva jornalista a explorar preconceitos sobre nordestinos em novo livro. Obra resulta de doutorado e analisa estigmas persistentes na sociedade brasileira contemporânea.
Encontro Inusitado: O jornalista potiguar Octávio Santiago conheceu uma brasileira em Portugal que o surpreendeu ao duvidar de sua origem nordestina por sua aparência. Essa experiência gerou a semente do seu livro “Só Sei Que Foi Assim: A Trama do Preconceito Contra o Povo do Nordeste”, recém-lançado e resultado de seu doutorado na Universidade do Minho.
Caminho do Preconceito: No livro, Santiago analisa o estigma que rotula os nordestinos como inferiores e destaca como esses preconceitos ainda persistem, especialmente na indústria cultural e nas eleições.
Impacto Cultural: Santiago critica a representação do Nordeste em obras audiovisuais, onde a seca e o atraso são frequentemente apontados como temas centrais, e ressalta que isso reforça estereótipos.
Polarização e Preconceito: O preconceito contra os nordestinos aumentou durante as eleições de 2022, considerado até racismo pelo STJ. Santiago explica que a dificuldade em aceitar nordestinos em posições de poder é uma mistura de recusa e dificuldade.
Identidade Nordestina: Ele defende que o termo “sudestino” não deve ser usado para reverter preconceitos, pois isso não ajuda na luta contra a discriminação. Santiago conclui que a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como nordestino é minimizada em sua campanha, focando mais na figura de um operário do ABC paulista.