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Precisamos de chocolate sem cacau?

Mercado europeu vê crescimento de alternativas ao chocolate devido à alta dos preços do cacau. Inovações como cupulate e substitutos à base de sementes de girassol podem diversificar o setor em meio à crise de abastecimento.

Novas alternativas ao chocolate estão surgindo no mercado europeu, feitas sem cacau, como produtos à base de sementes de girassol e alfarroba, devido ao aumento de preços do chocolate verdadeiro. O preço do cacau subiu 300% em 2024, provocando um déficit global de 500 mil toneladas.

Os climas adversos e a mineração ilegal de ouro estão levando agricultores a abandonar plantações de cacau. A demanda por substitutos está crescendo, como o cupulate, feito de amêndoas de cupuaçu, uma opção ainda pouco conhecida no Brasil.

Analistas observam que o Consumo do chocolate pode se tornar um item de luxo. Empresas como Foreverland e Planet A Foods desenvolvem opções que visam preencher lacunas no mercado.

A Foreverland usa alfarroba, oferecendo um sabor mais doce e saudável, enquanto a Planet A Foods utiliza sementes de girassol, com produtos já disponíveis em diversos itens no varejo. A Nukoko, uma startup britânica, aposta em favas como base de seu substituto ao chocolate.

As alternativas não têm o mesmo gosto do chocolate verdadeiro, mas oferecem boas texturas e podem ser aceitas em produtos de panificação. No Brasil, o cupulate pode ter grande potencial, mas sua comparação com o chocolate, um ícone de consumo, é delicada.

Especialistas alertam que o sucesso dessas alternativas não deve prejudicar os produtores de cacau, alertando para a importância de ações em conjunto com os agricultores. Iniciativas que melhorem a produtividade das plantações de cacau são essenciais para atender à demanda futura.

Com informações da reportagem de Mônica Vasconcelos, da BBC News Brasil em Londres.

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