Precisamos dar tempo para política monetária fazer efeito sobre a inflação, diz Galípolo
Gabriel Galípolo ressalta a necessidade de cautela frente à inflação e incertezas globais, enquanto prevê alta da Selic até 2025. Economistas projetam que a taxa de juros deve continuar elevada, com possíveis recuos apenas a partir de 2026.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, afirmou que é necessário "dar o devido tempo para as defasagens da política monetária".
No evento do Banco Safra, ressaltou a preocupação com a inflação, que ainda está acima da meta, e o arrefecimento econômico em andamento.
Galípolo destacou que o entendimento do Copom continua válido e que a comunicação do colegiado foi acertada. O BC está preocupado com a inflação e as defasagens na política monetária, especialmente por causa da guerra comercial entre os EUA e a China.
Na última reunião do Copom, foi prevista uma alta de juros menos intensa e mencionou a continuidade do "cenário adverso" para a inflação e a incerteza global.
A imprevisibilidade mundial exige cautela nas decisões, e Galípolo lembrou que a elevação dos juros foi necessária devido à incerteza elevada.
Economistas projetam que a taxa Selic deve subir de 14,25% ao ano e encerrar 2025 em 15%. A expectativa de queda nos juros é somente para 2026, com projeção de 12,5% ao final do ciclo.
Recentemente, as previsões para a inflação de 2025 foram reduzidas para 5,55%, enquanto para 2026 subiram para 4,51%. O centro da meta do BC é 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A estrategista da Warren Investimentos, Andréa Angelo, afirmou que a perspectiva de baixa é impulsionada pela queda nos preços da carne, valorização do real e um possível corte no preço da gasolina devido à redução nos preços do petróleo.