Praticidade ou risco? Venda de remédios em supermercados tem apoio de 2 em cada 3 brasileiros
Pesquisa revela que 64% da população brasileira é favorável à venda de medicamentos isentos de prescrição em supermercados. A proposta enfrenta resistência de farmacêuticos e redes de farmácias, que alertam sobre riscos à saúde e ao sector.
Pesquisa revela apoio à venda de MIPs em supermercados
Uma pesquisa do Datafolha, encomendado pela Abras, mostra que 64% dos brasileiros apoiam a volta da venda de medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs) em supermercados, prática que durou de 1994 a 1995.
Principais opiniões da pesquisa incluem:
- 73% acreditam que traria mais praticidade.
- 74% acham que evitaria a necessidade de estoques em casa.
- 63% afirmam que a proibição prejudica o consumidor.
A proposta está no projeto de lei 2.158/2023, do senador Efraim Filho, que visa ampliar o acesso a medicamentos, especialmente em cidades pequenas.
Entidades do setor varejista defendem que a venda em supermercados pode:
- Reduzir preços em até 35% e democratizar o acesso.
- Gerar economia para o SUS de até R$ 7 para cada R$ 1 investido.
Atualmente, há 420 mil supermercados no Brasil, enquanto 10% dos municípios têm uma ou nenhuma farmácia.
No entanto, a proposta enfrenta resistência de farmacêuticos e redes de farmácias, que temem a destruição de pequenos negócios e riscos sanitários. Sergio Mena Barreto, da Abrafarma, destacou:
- Das 93 mil farmácias, 77 mil são pequenas.
- A automedicação pode agravar doenças crônicas.
O debate inclui preocupações sobre armazenamento e exposição dos medicamentos em supermercados, e a possibilidade de aumento de medicamentos falsificados.
O senador Humberto Costa e órgãos como o Ministério da Saúde e a Anvisa se opõem à proposta, argumentando que o acesso a farmácias não é o problema no SUS.
O PL 2158/2023 será votado em caráter terminativo na Comissão de Assuntos Sociais e, se aprovado, seguirá para a Câmara dos Deputados.