Possível ida de Filipe Martins aos EUA não motivou prisão, diz delegado
Delegado da PF afirma ao STF que viagens de Filipe Martins não eram foco da investigação. Provas indicam tentativa de interferência nas apurações sobre golpe de Estado.
Depoimento de delegado da PF no STF: O delegado Fábio Shor afirmou que a viagem de Filipe Martins aos EUA com o ex-presidente Jair Bolsonaro não era o foco da investigação que levou à sua prisão em 2024.
Shor destacou que Martins poderia ter forjado a viagem para obstruir as investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado.
Em 30 de dezembro de 2022, Bolsonaro e sua comitiva viajaram para Orlando. A PF usou uma lista de passageiros de Mauro Cid para justificar a prisão de Martins, alegando que ele estava foragido.
O delegado mencionou um registro de entrada nos EUA vinculando Martins à comitiva presidencial, utilizando um passaporte alegadamente extraviado. Essa entrada pode ter sido forjada.
Observou-se que Martins não apresentava dados de localização nos meses após as eleições de 2022, reforçando a suspeita de que ele estaria se escondendo.
Testemunhas, incluindo Mauro Cid e André Chermont, afirmaram ao STF que Martins não embarcou no voo presidencial, e Chermont, responsável pelo cerimonial, reforçou que ele não constava na lista final de passageiros.
A defesa de Martins contestou a versão oficial, apresentando evidências de fraude nas informações da PF sobre sua suposta viagem.
A empresa aérea Latam declarou que Martins estava em um voo de Curitiba no dia seguinte à suposta viagem. Além disso, a PF alegou que ele estava foragido, mas a defesa provou que ele estava no Paraná, ativo nas redes sociais.
Martins foi preso em fevereiro de 2024 e libertado em agosto por Alexandre de Moraes, que, apesar das evidências da defesa, impôs medidas cautelares após sua libertação.