Possível 1º papa asiático, cardeal de Mianmar é crítico contundente da China
Charles Bo enfrenta desafios diplomáticos com a China caso seja eleito papa, dado seu histórico de críticas ao regime comunista. Seus posicionamentos podem impactar a relação entre o Vaticano e Pequim em um momento de tensões geopolíticas.
Candidato a papa asiático: o cardeal Charles Bo, de 76 anos, é crítico do regime chinês e terá que lidar com a complicada relação entre o Vaticano e a China se eleito.
Em 2020, Bo mencionou que a repressão e corrupção do Partido Comunista Chinês foram responsáveis pelo aumento de mortes durante a Covid-19. Ele também criticou a deterioração dos direitos humanos sob Xi Jinping.
Bo não se opôs publicamente à reaproximação do Vaticano com a China, mas sua postura pode mudar por conta da dinâmica do cenário geopolítico atual entre Pequim e Washington.
Desde a década de 1950, China e Vaticano não mantêm relações diplomáticas; a Santa Sé reconhece Taiwan como país, enquanto a China continental não.
Nascido em 1948, Bo foi ordenado padre em 1976 e teve uma rápida ascensão na hierarquia religiosa, tornando-se arcebispo de Rangoon em 2003. Atuou na Conferência Episcopal de Mianmar e na Federação das Conferências Episcopais da Ásia.
De acordo com o site The College of Cardinals Report, ele é contra o sacerdócio feminino e a bênção de casais do mesmo sexo, mas favorável à promoção de uma Igreja mais sínodal e à comunhão para divorciados. Bo também defende ações contra as mudanças climáticas.
Além de sua atividade religiosa, Bo é amante das artes, escreve peças de teatro e é atleta, jogando futebol e basquete com outros religiosos.