Por que Venezuela volta a enfrentar 'tempestade perfeita' na economia
EUA revogam licenças de empresas multionacionais, impactando severamente a economia da Venezuela. Com a previsão de hiperinflação e queda nas exportações de petróleo, especialistas alertam sobre uma crise iminente.
Crise econômica se agrava na Venezuela: após três anos de crescimento, o país enfrenta hiperinflação, escassez de divisas e queda na produção petrolífera.
Um relatório da Universidade Católica Andrés Bello prevê uma inflação acima de 200%, queda de 20% nas exportações de hidrocarbonetos e uma retração econômica de 2,05% até 2025.
O economista José Manuel Puente destaca uma "tempestade perfeita" devido à instabilidade política e à recente eleição presidencial de 2024.
Nicolás Maduro decretou uma "emergência econômica" impactada por sanções internacionais e pela "guerra tarifária" de Donald Trump.
Quatro fatores principais impulsionam a crise:
- Saída de petroleiras estrangeiras: Revogação de licenças para empresas como a Chevron traz sérios prejuízos. 85% das receitas venezuelanas vêm do petróleo.
- Desvalorização do bolívar: O bolívar perdeu 24,6% de seu valor no primeiro trimestre de 2025, exacerbando a instabilidade cambial.
- Sanções secundárias: Trump impôs tarifas de 25% sobre países que comprarem petróleo da Venezuela, prejudicando ainda mais as receitas do país.
- Queda no preço do petróleo: O preço do petróleo Brent despencou 20% em uma semana, afetando severamente a renda do país.
Analistas alertam que a combinação desses fatores resultará em maior escassez de dólares e uma inflação que pode voltar a ser de três dígitos.
A situação política atual limita as perspectivas de recuperação econômica, destacando a necessidade de um programa de estabilização e mudança política.