Por que Trump não consegue fabricar iPhones nos EUA
A Apple enfrenta desafios significativos para transferir a produção do iPhone para os EUA, conforme as cadeias de suprimentos globais estão profundamente enraizadas na China. Especialistas afirmam que, além do custo elevado, a falta de infraestrutura e mão de obra qualificada torna essa mudança quase inviável a curto prazo.
A transferência da fabricação do iPhone para os EUA enfrenta desafios significativos.
Historicamente, a última fábrica de smartphones nos EUA, da Motorola, fechou após um ano devido a vendas decepcionantes e altos custos. Em um esforço para mudar a situação, o governo Trump quer que a Apple produza seus iPhones na América, em vez da China.
Especialistas alertam: a mudança pode aumentar o custo do iPhone para até US$ 3.500. A complexidade da cadeia de suprimentos da Apple, construída ao longo de décadas, é um obstáculo crucial.
A Apple planeja reduzir sua dependência da China, beneficiando a Índia, onde montará todos os iPhones vendidos nos EUA em breve. Atualmente, apenas 5% dos componentes do iPhone são fabricados nos EUA.
As principais dificuldades incluem:
- Cadeias de suprimento globais altamente integradas.
- Falta de mão de obra e tecnologia adequada nos EUA.
- Dependência de componentes produzidos principalmente na China, Taiwan e Coreia do Sul.
Em números: A Apple vende anualmente 230 milhões de iPhones, gerando cerca de US$ 400 de lucro por unidade. A maioria é montada na China, com cerca de 85% do total.
A montagem do iPhone nos EUA seria ineficiente, devido à distância dos fornecedores e ao custo alto da mão de obra americana. A Apple estaria com dificuldades para replicar a infraestrutura chinesa de produção, que inclui máquinas de precisão e conhecimento especializado.
A maior parte das matérias-primas necessárias, como elementos de terras raras, é obtida da China, que já impôs restrições de exportação em resposta a tarifas.
A Apple continuará a desenvolver sua cadeia de suprimentos em países como Índia e Brasil, buscando uma alternativa viável à China, enquanto tenta evitar aumentos significativos no preço dos iPhones nos próximos anos.
Esta transição é vital, pois a dependência da China representa um risco significativo para a Apple, tanto como fornecedor quanto como mercado consumidor em crescimento.