Por que tantos países passaram a sonhar novamente com armas nucleares?
Ataques dos EUA ao Irã podem impulsionar a proliferação nuclear entre aliados inseguros. Crescentes tensões geopolíticas aumentam o risco de novos países buscarem armas nucleares em resposta à ação militar americana.
Investimentos dos EUA em não proliferação nuclear se estenderam por 80 anos, utilizando diplomacia, tratados e até força militar. O ataque aos instalações nucleares do Irã visa impedir que o país se torne a décima potência nuclear, mas pode ter o efeito contrário: convencer líderes iranianos a acelerar seu programa nuclear.
Atualmente, nove nações possuem armas nucleares, e o número pode mais que dobrar nas próximas duas décadas. O general Dan Caine alertou para os riscos associados à proliferação, como uso acidental, roubo e escalada regional.
A crescente tensão internacional, incluindo as ambições da Rússia e da China, pode incentivar países como Polônia, Turquia, Coreia do Sul e Japão a considerar a aquisição de armas nucleares. O ataque dos EUA ao Irã pode aumentar ainda mais essas considerações.
Os especialistas destacam a credibilidade política dos EUA na proteção de seus aliados. No contexto atual, ceticismo em relação aos compromissos dos EUA aumenta a probabilidade de que aliados se voltem para programas nucleares próprios.
A história da proliferação nuclear mostra que cada novo arsenal pode estimular outros países a seguir o exemplo. Especialistas indicam que, se o Irã se tornar nuclear, outros Estados do Oriente Médio, como Arábia Saudita e Turquia, poderiam fazer o mesmo, exacerbando tensões regionais.
As opções nucleares estão sendo debatidas também por Coreia do Sul, Japão e Taiwan diante de ameaças diretas. Além disso, batalhas históricas não garantiram a paz, mostrando que ter armas nucleares não é sinônimo de segurança.
A credibilidade dos EUA ficou abalada após os mandatos de Trump, e aliados europeus podem ser pressionados a se tornarem mais autossuficientes em defesa. Graças a acordos internacionais e com o TNP, a proliferação nuclear foi contida em várias ocasiões.
Conclusão: Um mundo repleto de potências nucleares representa riscos elevados. Embora os esforços de diplomacia tenham mostrado resultados no passado, a situação atual exige uma reflexão profunda sobre como garantir segurança global sem recorrer à proliferação de armas nucleares.