Por que os EUA investigam o Pix? Sistema de pagamentos brasileiro estava sob análise desde 2022
EUA iniciam investigação sobre o Pix, preocupado com impactos no mercado de pagamentos. A competição entre o sistema brasileiro e serviços privados, como o WhatsApp Pay, está no centro das críticas norte-americanas.
Investigação sobre o Pix nos EUA
O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC) do Brasil, está sob análise das autoridades comerciais dos EUA desde 2022.
O governo norte-americano investiga o impacto do Pix em empresas de tecnologia e serviços financeiros dos EUA, como a Meta e operadoras de cartão de crédito. A investigação foi anunciada pelo USTR em 16 de novembro.
Razões para a investigação:
- Monitorar o mercado de pagamentos eletrônicos no Brasil
- Garantir condições equitativas para todos os participantes da indústria
- Alertar sobre o papel dual do BC como regulador e operador do Pix
A edição de 2022 do relatório do USTR foi a única a mencionar o Pix explicitamente, porém críticas ao sistema financeiro brasileiro persistem.
A investigação, iniciada a pedido do ex-presidente Donald Trump, visa apurar práticas comerciais desleais que afetam empresas dos EUA.
Concorrência com serviços privados:
- O Pix, gratuito e público, compete diretamente com plataformas como WhatsApp Pay e operadoras de cartões.
- Em 2023, o Pix movimentou R$ 26,4 trilhões, tornando-se o sistema de pagamento mais utilizado no Brasil.
- A economista Cristina Helena Mello destaca as vantagens do Pix, como agilidade e inclusão financeira.
WhatsApp Pay e reação do governo dos EUA:
A suspensão do WhatsApp Pay no Brasil em 2020, logo após o anúncio de sua implementação, pode ter gerado reações norte-americanas. O BC alegou necessidade de garantir a concorrência e a segurança do sistema financeiro.
A investigação do USTR aumenta o interesse internacional sobre o Pix, que é visto como uma alternativa ao dólar em algumas transações, intensificando as tensões geopolíticas entre Brasil e EUA.
Até o momento, o BC e o Ministério das Relações Exteriores não comentaram a investigação.