Por que os BCs do mundo inteiro estão enchendo seus cofres de ouro? Patamar é recorde
Bancos centrais estão aumentando suas reservas de ouro, que atingem níveis próximos ao recorde histórico. O aumento na demanda reflete uma estratégia de diversificação e proteção contra instabilidades financeiras e geopolíticas.
Bancos centrais mundialmente estão aumentando suas reservas de ouro e reduzindo a participação do euro em seus cofres. Um relatório do Banco Central Europeu (BCE) revela que o estoque de ouro se aproxima das máximas históricas, com 36 mil toneladas em 2024, níveis não vistos em 60 anos.
No pós Segunda Guerra Mundial, os países tinham reservas de ouro elevadas, mas a quebra do padrão ouro em 1971 fez os estoques caírem. Segundo o BCE, os bancos centrais têm agora quase o mesmo nível de ouro que em 1965. Em 2024, o ouro representou 20% das reservas globais, superando os 16% do euro.
O aumento no preço do ouro, que subiu 27% desde o início de 2025, fez dele o segundo maior ativo de reserva a preços de mercado, atrás apenas do dólar, que detém 46% das reservas.
No último ano, os bancos centrais adquiriram mais de mil toneladas de ouro, sendo Índia, China, Turquia e Polônia os maiores compradores. Esse movimento está ligado à desdolarização e à busca por segurança em meio à instabilidade geopolítica.
Pesquisas indicam que dois terços dos bancos centrais investem em ouro para diversificação, e dois quintos buscam proteção contra riscos geopolíticos.