Por que o Irã tem um líder supremo? Entenda como funciona o governo do país
Tensões aumentam entre Irã e Estados Unidos com ameaças de Trump a Khamenei, enquanto o líder supremo enfrenta desafios internos e externos. Em meio à guerra em Gaza e à fragilidade do regime iraniano, a questão da sucessão se torna cada vez mais crítica.
A autoridade máxima do Irã é o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo desde 1989, e não o presidente Masoud Pezeshkian.
Recentemente, Khamenei foi ameaçado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou: "Sabemos onde o chamado 'Líder Supremo' está escondido" e enfatizou que a sua paciência está se esgotando.
O Irã é governado por líderes religiosos islâmicos desde 1979, após uma revolução que depôs o xá Reza Pahlevi, aliado dos EUA. Essa revolução instaurou um sistema de governo baseado no conceito de velāyat-e faqīh, defendido por Ruhollah Khomeini, que estabeleceu a figura do líder religioso como chefe de Estado.
Khamenei, com 86 anos, já enfrentou diversos desafios, incluindo tensionamentos com Israel. Ele não viaja ao exterior desde que assumiu o cargo e, em 1981, sobreviveu a uma tentativa de assassinato que o deixou com sequelas.
Sua condição de saúde e o crescente conflito com Israel levantam questões sobre sua sucessão, visto que o comando já está dividido entre várias facções.
O conflito atual com Israel, que começou em junho de 2023, resultou em ataques a líderes militares iranianos e instalações nucleares. Com o enfraquecimento de seus aliados, a situação é vista como um grande erro de cálculo por parte de Khamenei.
A oposição iraniana está dividida, embora muitos iranianos clamem pela mudança. O ex-principe Reza Pahlavi encoraja a resistência, mas ainda não houve protestos em grande escala.
Khamenei enfrenta um dilema crítico: uma resposta fraca a Israel pode comprometer sua autoridade, enquanto uma resposta forte pode ameaçar seu regime. O futuro político do Irã está em um cenário volátil.