Por que o cristianismo pende para a Ásia
A polarização na comunidade cristã sul-coreana se intensifica após o impeachment de Yoon Suk-yeol. Enquanto líderes evangélicos apoiam regimes autoritários, grupos mais tradicionais promovem a defesa da democracia.
Impeachment de Yoon Suk-yeol revela divisões na sociedade sul-coreana, especialmente na comunidade cristã.
Os evangélicos foram fortes apoiadores de Yoon após sua tentativa falha de impor lei marcial, com manifestações organizadas pelo pastor de extrema direita Jeon Kwang-hoon. Em contrapartida, o Conselho Nacional de Igrejas da Coreia celebrou a “decisão histórica” do tribunal.
O cristianismo é influente na Coreia do Sul, onde cerca de 30% da população se identifica como cristã. Divisões entre grupos protestantes e católicos são evidentes. Os protestantes se aliam frequentemente a regimes autoritários, enquanto os católicos apoiaram a democratização nos anos 80.
Apesar de ser uma minoria, o cristianismo exerce grande influência. Após décadas de declínio na Europa e América do Norte, a população cristã na Ásia cresceu, com 1,6% ao ano entre 2020 e 2025. Líderes cristãos asiáticos estão ganhando proeminência, com o possível futuro papa, o cardeal Lazarus You Heung-Sik.
Pesquisas sugerem que o cristianismo pode ser mais representativo na Ásia do que se acredita. No Japão, onde acredita-se que apenas 1% da população seja cristã, a aceitação de múltiplas religiões pode aumentar esse número para 3% a 4%.
O cristianismo também tem destaque na educação, com 14% dos primeiros-ministros do Japão sendo cristãos. Na Coreia do Sul, cerca de 70% dos presidentes no pós-guerra eram cristãos.
A comunidade cristã sul-coreana é diversa, abrangendo extremos políticos. Igrejas evangélicas lideraram a resistência aos direitos LGBT+, mantendo laços com igrejas nos EUA. Donald Trump Jr. discursou em uma megaigreja em Seul, destacando a influência política das igrejas evangélicas.
No entanto, um número crescente de padres progressistas começa a apoiar as paradas do orgulho gay, refletindo uma diversidade de opiniões dentro da comunidade cristã. “Jesus aceitou todas as pessoas”, afirma o pastor Lee Dong-hwan.