Por que Nobel de Economia defende que uso de TikTok e Instagram seja pago
Simon Johnson destaca o poder desmedido das grandes empresas de tecnologia e os desafios da inteligência artificial. Em entrevista, ele analisa as implicações sociais e democráticas da automação e propõe medidas para mitigar seus efeitos negativos.
Simon Johnson, professor do MIT, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Economia em outubro de 2023 por suas pesquisas sobre desigualdade entre nações. O prêmio foi compartilhado com Daron Acemoglu e James A. Robinson.
Em seu livro Poder e Progresso, coautorado com Acemoglu, eles discutem como avanços tecnológicos historicamente beneficiaram apenas as elites. Johnson alertou sobre os perigos da inteligência artificial (IA) e enfatizou a necessidade de promover a prosperidade compartilhada.
Durante uma entrevista, Johnson comparou o poder das Big Techs às corporações dominantes do século 19, afirmando que seu poder industrial e informativo é agora ainda mais forte. Ele nota que essas empresas criam monopólios que impactam vida diária e democracia.
Sobre a IA, Johnson destacou que seu potencial impacta a sociedade de forma incerta, e medidas urgentes são necessárias para evitar automação desenfreada que possa eliminar empregos. Ele acredita na urgência de criar novas funções na economia.
Johnson criticou o modelo de publicidade digital, que manipula emoções para manter a atenção do usuário e que alimenta a polarização na sociedade. Ele defendeu a adoção de um modelo baseado em assinaturas para enfrentar essas questões.
Sugerindo que as grandes empresas de tecnologia poderiam ser divididas em diferentes serviços, como o WhatsApp e Facebook, Johnson vê essa medida como potencialmente benéfica e comparou com a antiga divisão da Standard Oil.
Ele finalizou ressaltando a necessidade de um envolvimento aberto em discussões sobre o impacto da tecnologia na democracia, que enfrenta desafios atuais relacionados à desinformação e manipulação digital.