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Por que Milei está incentivando argentinos a 'tirar os dólares debaixo do colchão'

Milei busca reintegrar bilhões de dólares não declarados à economia argentina ao permitir que cidadãos utilizem suas economias em propriedades ou investimentos sem justificar a origem. A medida visa restaurar a confiança na moeda local e estimular o sistema bancário, que sofre com a escassez crônica de dólares.

Por que Milei incentiva argentinos a 'tirar os dólares do colchão'

No início de 1975, Rubén Stupiello vendeu sua casa em Buenos Aires e depositou os pesos em um banco, atraído pela alta taxa de juros. Porém, após um pacote econômico que desvalorizou o peso em mais de 100%, muitos argentinos passaram a confiar mais no dólar do que na moeda local.

Atualmente, o Instituto Nacional de Estatística estima que cerca de US$ 246 bilhões estão fora do sistema bancário argentino, muito acima das reservas do Banco Central (US$ 38,3 bilhões). O governo de Javier Milei quer reinserir esses dólares, chamando os que possuem economias não declaradas de "heróis".

Em maio, foi anunciado um plano permitindo a compra de propriedades até US$ 43 mil ou depósitos de até US$ 85 mil sem justificar a origem do dinheiro.

Restaurar a circulação desses dólares é crucial para a economia, que enfrenta uma escassez crônica de divisas. Guido Zack, especialista econômico, destaca que a falta de dólares impede o crescimento econômico, já que esses valores ficam "parados".

O plano do governo visa libertar as pessoas da desconfiança, mas gera polêmica. Críticos alertam que isso pode incentivar a informalidade e dificultar a arrecadação de impostos.

A pergunta central é: existem incentivos suficientes para restaurar a confiança nas instituições financeiras e na moeda argentina?

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