Por que Marine Le Pen deveria ser aceita na disputa pela presidência
Decisão judicial impede Marine Le Pen de concorrer à presidência em 2027 após desvio de fundos da UE. A medida levanta questões sobre a relação entre a política e o judiciário na França, exacerbando a polarização política no país.
Marine Le Pen, líder do partido Reagrupamento Nacional (RN), foi condenada por desvio de fundos da União Europeia entre 2004 e 2016. Um tribunal em Paris, em 31 de março, impôs a ela e a outros 23 membros do partido multas, penas de prisão e proibições para concorrer a cargos políticos.
Le Pen está impedida por cinco anos de se candidatar, afetando suas chances na eleição presidencial de 2027. A decisão gerou reações, com Le Pen chamando-a de "armação política". Apesar de suas alegações, a lei que resulta na condenação é uma resposta da França a casos passados de corrupção política.
A sentença de Le Pen inclui uma multa de € 100.000 e uma prisão de quatro anos, com dois anos a serem cumpridos com uma pulseira eletrônica. O tribunal de apelação deve decidir sobre seu recurso até meados de 2026, oferecendo uma chance mínima para sua candidatura presidencial.
A condenação levanta questões sobre a interseção de política e judiciário, com críticos apontando que sentenças rigorosas podem prejudicar a percepção de imparcialidade judicial. Enquanto isso, pesquisas indicam que 54% dos franceses acreditam que Le Pen foi tratada como qualquer outro réu, mas 89% dos seus apoiadores consideram a decisão política.
O RN, após a decisão, realiza uma manifestação em apoio a Le Pen, que insiste ser a candidata presidencial. Com a eleição presidencial agora aberta, políticos em potencial do centro político se preparam para a disputa, enquanto a polarização na França se intensifica.