Por que junho pode ser um mês de correção do Ibovespa, segundo a XP
A Bolsa brasileira apresenta bom desempenho até maio, mas analistas da XP alertam para possíveis correções em junho. Apesar das incertezas de curto prazo, a visão de longo prazo sobre o mercado permanece otimista.
Ibovespa encerra maio com alta de 1,45%, totalizando 139.541 pontos e acumula 9,4% de valorização no ano.
A percepção de que o Brasil se destaca em meio a tensões comerciais e a expectativa de fim do ciclo de alta da Selic impulsionam o mercado. No entanto, junho pode trazer correções.
Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, acredita em possíveis quedas na Bolsa, mas mantém uma visão otimista de longo prazo. A correção não anula o otimismo. “Nossa visão estrutural sobre o Brasil segue construtiva”, afirma o relatório.
O prêmio de risco do Ibovespa caiu para 5,3%, abaixo da média histórica pela primeira vez desde 2021. Isso contribui para a expectativa de realização de lucros em junho.
Estimativas de lucro por ação do Ibovespa foram revisadas para baixo, com quedas de 5,5% e 5,2% para 2025 e 2026, respectivamente. A Selic a 14,75% pode dificultar a operação das empresas nesse período.
A indústria de fundos registra resgates e a alocação em ações está 6,2% abaixo da média de 10 anos. A dependência de investidores estrangeiros é preocupante para o mercado.
O Indicador de Sentimento XP atingiu “Otimismo Extremo”, indicando possível correção. A saída de capital estrangeiro e a queda nos preços das commodities costumam impactar negativamente as ações brasileiras.
Apesar dos desafios de curto prazo, a tese estrutural do Brasil para o longo prazo é atrativa. Os cinco pilares dessa tese incluem:
- Demografia: população de 203 milhões com idade média de 35,1 anos.
- Exportação de alimentos: ingresso de moeda estrangeira e investimentos em infraestrutura.
- Reformas estruturais: administrativas, previdenciárias e privatizações.
- Alta penetração digital: favorecendo bancos digitais e plataformas de investimento.
- Tese de valor e renda: boas rentabilidades e múltiplos atrativos.