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Por que jovens debocham da CLT nas redes sociais, desprezam direitos e dizem que é melhor ser PJ

Jovens expressam receios em relação ao trabalho formal, apontando falta de flexibilidade e baixos salários. Especialistas discutem as consequências desse temor e a realidade do mercado de trabalho brasileiro.

Relatos de medo do regime CLT se espalham nas redes sociais, especialmente entre jovens que ainda não entraram no mercado de trabalho.

Usuários criticam longos trajetos e salários baixos, questionando a falta de flexibilidade e oportunidades de crescimento.

O debate sobre a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada em 1943, é acirrado. Estudantes, como Maju Abreu, levantam questões sobre a relação entre esforço e rendimento, gerando opiniões divergentes nos comentários.

  • Um usuário relata experiências de tratamento negativo em empregos CLT.
  • Outro destaca a dificuldade de conseguir empregos formais.
  • Uma usuária pondera que nem todos desejam ser empreendedores.

A professora Maria José Tonelli, da FGV, observa uma fantasia social em relação a carreiras alternativas. O discurso atual, que critica a CLT, é um reflexo de um desencanto acumulado ao longo de décadas.

A pandemia acentuou as questões de saúde mental no trabalho e a natureza volátil das empresas, e a reforma trabalhista de 2017 contribuiu para a precarização do emprego formal.

O professor Arnaldo Mazzei destaca a incompreensão dos direitos garantidos pela CLT entre os jovens, além de apontar a ação de setores conservadores por trás dessa narrativa.

Em contrapartida, figuras públicas como Gil do Vigor defendem a CLT como meio de proteção dos trabalhadores.

Atualmente, apenas 39,6 milhões de brasileiros possuem carteira assinada, enquanto 39,3 milhões trabalham de forma informal. A informalidade sempre foi uma característica da força de trabalho brasileira.

Tonelli prevê que o modelo de carreira estável, associado à classe média, está se restringindo. Mazzei complementa que a receptividade à CLT é prejudicada pela baixa qualidade dos empregos disponíveis.

Profissionais como o desenvolvedor Victor Macedo preferem o trabalho autônomo pelas vantagens de flexibilidade e remuneração.

As empresas enfrentam dificuldades na retenção de talentos e reagem com programas de saúde e benefícios, mas isso pode não ser suficiente.

Embora o futuro do trabalho continue incerto, o contrato CLT ainda é visto como sinônimo de segurança para os jovens de baixa renda, devido à estabilidade que proporciona.

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