Por que investidores mantêm aposta em renováveis nos EUA, apesar de Trump
Queda na produção de petróleo dos EUA reflete desafios no setor, enquanto investidores ainda veem potencial no crescimento das energias renováveis. A demanda por energia deve aumentar com a expansão da inteligência artificial, mesmo diante da incerteza sobre incentivos fiscais.
A produção de petróleo dos EUA deve cair em 2024 pela primeira vez desde a pandemia, devido à queda dos preços e ao aumento da oferta da Opep+.
A inatividade de perfuração é uma resposta ao projeto de lei tributária de Trump, cuja discussão no Senado já afeta o setor de energia renovável.
A empresa Sunnova entrou com pedido de falência, refletindo os desafios que surgem caso subsídios federais sejam eliminados. No entanto, investidores permanecem otimistas sobre o crescimento no setor, mesmo sem esses incentivos.
A demanda por energia nos EUA deve crescer fortemente, impulsionada pela expansão de data centers e pela eletrificação da economia. A Agência Internacional de Energia estima que data centers responderão por quase metade do aumento no consumo elétrico até 2030.
Jennifer Boscardin-Ching, da Pictet, destacou a importância de focar nos fundamentos em vez do "ruído político". Outros investidores, como Todd Bright, acreditam que a alta demanda criará oportunidades diversas em energia eólica e solar.
Embora o projeto de Trump impacte setores como o solar residencial, oportunidades ainda existem em áreas consolidadas. Bill Green, da CAI, confirmou a continuidade de investimentos em energia solar e eólica.
Renováveis e baterias são as formas mais baratas de gerar energia, com rápida conexão à rede elétrica, ao contrário das usinas a gás. John Ketchum, da NextEra, espera que a demanda por energia renovável alcance 450 gigawatts até 2030.
A sul-coreana OCI Holdings planeja investir US$ 1,2 bilhão no Texas, prevendo que a energia solar atenderá a demanda crescente por IA. Grandes empresas de tecnologia também estão dispostas a pagar mais por energia renovável.
Enquanto alguns veem cortes de incentivos como um desafio, outros identificam oportunidades, especialmente para empresas maiores que podem absorver incertezas. Bill Green acredita que a redução de subsídios pode ser positiva, criando espaço para empresas mais estruturadas ganharem mercado.