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Por que governo Lula planeja aderir à ação que acusa Israel de suposto genocídio em Gaza

Brasil se junta à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, que acusa Israel de genocídio contra palestinos. A adesão ocorre em meio a crescentes tensões nas relações do Brasil com aliados ocidentais, especialmente os EUA.

Brasil se une à África do Sul na ação contra Israel na CIJ

O governo brasileiro oficializará sua adesão à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) nos próximos dias. A África do Sul acusa Israel de promover um genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza e Cisjordânia, o que Israel nega, alegando distorção da verdade.

A CIJ já emitiu decisões preliminares desfavoráveis a Israel, mas elas não foram cumpridas. O Brasil apresentará sua interpretação sobre a Convenção das Nações Unidas sobre Direitos Humanos no conflito. O ministro Mauro Vieira anunciou o desejo de adesão na cúpula dos Brics.

A ação visa o fim das ações genocidas e o julgamento de envolvidos, com eventual encaminhamento ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que Israel não reconhece. A adesão ocorre em um contexto de tensão nas relações externas do Brasil, especialmente após os EUA imporem tarifas sobre produtos brasileiros.

Cabe lembrar que, após os atentados do Hamas em outubro de 2023, Israel intensificou suas operações, resultando na morte de milhares de palestinos, segundo a ONU.

O presidente Lula criticou Israel, chamando o que acontece em Gaza de genocídio, levando a uma declaração de "persona non grata" contra ele em Israel. Além do Brasil, outros países como Espanha, Irmã, Cuba, Bolívia e Turquia se uniram à ação.

A Conib condenou a adesão brasileira, afirmando que Lula abandonou a tradição de amizade com Israel. Especialistas consideram que a decisão poderá provocar reações tanto favoráveis quanto negativas no âmbito internacional e interno.

Motivo da adesão: O governo justificou a decisão como uma tentativa de buscar negociações para o conflito. Essa posição é apoiada por figuras influentes dentro do governo, apesar de temores de reações negativas, especialmente entre segmentos evangélicos que apoiam Israel.

Na ação, a África do Sul argumenta que Israel tem como objetivo a destruição do povo palestino, enquanto Israel refuta essas alegações, apontando o Hamas como o verdadeiro perpetrador de violência. A complexidade da ação reside nas dificuldades de se classificar o ato de genocídio, um tema polêmico desde a sua definição pós-Segunda Guerra Mundial.

Em janeiro, a CIJ havia solicitado que Israel suspendesse "atos de genocídio" em Gaza. A comunidade internacional observa atentamente o desenrolar desse processo.

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