Por que este CIO com R$ 35 bilhões sob gestão está cauteloso com o crédito privado
O crédito privado se destaca no cenário da renda fixa brasileira e atrai novos investimentos, mas a alta demanda pode afetar a atratividade desses ativos. Gestores enfrentam desafios na alocação, levando a uma compressão dos spreads em um mercado cada vez mais cheio de opções.
Crédito privado no Brasil se destaca em ambiente de juros altos, atraindo investimentos significativos e pressão sobre gestões de fundos. Renan Rego, CIO da G5 Partners, analisa a situação do mercado.
Em 2024, os fundos de renda fixa tiveram captação líquida positiva de R$ 356,7 bilhões, com destaque para o crédito privado que recebeu R$ 113,3 bilhões entre janeiro e novembro do ano passado.
Apesar do aumento na demanda, a pressão do fluxo pode gerar compressão dos spreads nos investimentos. O número de fundos de crédito privado cresceu 49%, totalizando 2.070 produtos em 2024.
Rego sugere estratégias como aumentar o caixa ou fechar a captação em vez de expandir. Ele observa que 80% das famílias atendidas pela G5 têm perfil moderado, priorizando investimentos em títulos públicos e dívidas de empresas sólidas.
Enquanto a renda fixa é preferida, a renda variável continua prejudicada, mesmo com a bolsa próxima de descontos históricos. Rego vê a proximidade das eleições em 2026 como potencial gerador de alta nos ativos.
No cenário internacional, os Estados Unidos enfrentam volatilidade sob a gestão de Trump. Rego mantém o país como principal destino offshore, porém com uma posição menor em equities. Otimismo é evidente na renda fixa americana, especialmente em private credit.
Rego alerta: "Uma correção de 20% nos ativos americanos é necessária para retorno à média histórica, mas não há sinais disso." A renda fixa é vista como mais promissora no atual cenário.