Por que é tão difícil conter o programa nuclear do Irã?
Israel intensifica ataques militares ao Irã em resposta a suas ameaças nucleares, apesar das dificuldades em desmantelar o programa. Especialistas advertem que os danos podem ser insuficientes para deter o avanço iraniano em armamentos nucleares.
Israel inicia ataques militares contra o programa nuclear do Irã, após mais de uma década de tentativas diplomáticas sem sucesso. A ofensiva começou na sexta-feira, dia 13.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertou que o Irã já possui urânio suficiente para fabricar bombas e mísseis com capacidade de atacar Israel, afirmando que "não podemos deixar estas ameaças para a próxima geração".
Segundo Daniel Byman, do CSIS, acabar com o programa nuclear iraniano é difícil devido às fortificações das instalações, como Natanz e Fordow. Ele destaca que a recente onda de ataques pode causar apenas danos marginais.
Israel enfrenta desafios logísticos, já que Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos não oferecem bases para lançamentos. Além disso, os EUA não apoiam a operação, e Israel carece da munição adequada para atingir alvos fortificados.
Byman também sugere que o Irã pode continuar seu programa nuclear mesmo após ataques, lembrando que o bombardeio do reator Osirak em 1981 teve consequências não calculadas.
Motivo do interesse iraniano: O Irã busca uma bomba nuclear como meio de dissuasão e respeito internacional, apesar dos tratados que proíbem a proliferação. A tecnologia nuclear para fins pacíficos é ampliada até 90% para armas nucleares.
Em 2015, o Irã assinou um acordo com potências ocidentais para limitar seu programa, mas os EUA se retiraram em 2018, dificultando novas negociações.