Por que CVM barrou a assembleia convocada para votação de fusão entre Marfrig e BRF?
CVM adia assembleia para fusão entre Marfrig e BRF após solicitações de acionistas minoritários. Medida busca garantir mais transparência e informações adequadas sobre a operação proposta.
SÃO PAULO (Reuters) – A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu uma assembleia geral extraordinária (AGE) para votar a fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3), conforme ata do órgão regulador.
A suspensão adia o processo de incorporação das ações da BRF pela Marfrig, formando a MBRF, uma empresa global do setor de carnes e alimentos processados com receita de R$ 152 bilhões em 12 meses.
O colegiado decidiu, por unanimidade, adiar a assembleia por 21 dias, a partir da disponibilização de informações pela companhia, conforme exigido pelo art. 9° da Resolução CVM nº 81/2022.
A medida foi sugerida pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM após pedidos de acionistas minoritários sobre irregularidades na constituição de Comitês Especiais e descumprimento de regras de conflito de interesses.
A SEP recomenda o adiamento até que sejam apresentadas informações adequadas aos acionistas da BRF sobre os critérios utilizados para o preço base da relação de troca proposta.
Em maio, foi anunciado que a Marfrig, já com participação controladora na BRF, assumiria o restante em um acordo de troca de ações. A fusão está sujeita à aprovação dos acionistas de ambas as companhias.
A BRF não comentou sobre a notícia, e a Marfrig não respondeu imediatamente a solicitações de comentários.