Por que Banco Mundial prevê pior década para o crescimento global em mais de meio século
Projeções do Banco Mundial sinalizam um crescimento global de apenas 2,3% em 2023, o menor em décadas. O relatório destaca o impacto negativo das tarifas comerciais de Donald Trump sobre a economia mundial e a América Latina.
Banco Mundial prevê a pior década de crescimento econômico global em 50 anos
A economia mundial deve enfrentar uma decada desafiadora, com crescimento global projetado de apenas 2,3% para 2023. A incerteza é impulsionada pelas políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump.
Trump impôs uma tarifa universal de 10% sobre importações e taxas mais altas em produtos da China, causando instabilidade no comércio internacional. O Tribunal de Comércio Internacional dos EUA considerou grande parte dessas tarifas ilegais, mas a Casa Branca manteve as medidas por meio de um recurso judicial.
O relatório do Banco Mundial indica um ambiente econômico complexo devido ao aumento das barreiras comerciais e da instabilidade política, que pode impactar a confiança nos mercados.
As tarifas elevadas podem resultar em uma paralisação do comércio mundial e aumento da incerteza financeira. No entanto, o Banco Mundial estima que as chances de uma recessão global sejam inferiores a 10%.
Os economistas do Banco Mundial alertam que, sem intervenções rápidas, os danos ao nível de vida poderão ser profundos. As disputas comerciais reverteram avanços significativos na redução da pobreza desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
A previsão é que o crescimento médio global na década de 2020 fique abaixo de 2,5%, o menor desde os anos 1960, afetando empregos, pobreza e desigualdade.
Benjamin Gedan, do Wilson Center, observa que a América Latina tira lições da "década perdida" e enfrenta riscos com a guerra comercial e impasses de exportação. A previsão de crescimento para a região é de 2,3% até 2025, com o México como o país com pior índice, apenas 0,2%.
O banco destaca que a evolução econômica da América Latina depende dos mercados dos Estados Unidos e China, principais consumidores de seus produtos.