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Por que as terras-raras do Brasil interessam aos EUA? Especialistas explicam

Governos e empresas brasileiras debatem tarifas de Trump enquanto EUA demonstram interesse em minerais estratégicos. O Brasil, com reservas significativas de lítio e nióbio, reafirma sua soberania sobre os recursos naturais.

Conversa entre Brasil e EUA sobre Minerais Críticos

As discussões sobre tarifas de produtos brasileiros, anunciadas por Donald Trump, evoluíram com os EUA buscando acordos relacionados a minerais críticos, como lítio, nióbio e terras-raras.

O encarregado de negócios da Embaixada americana, Gabriel Escobar, transmitiu o interesse em reunião com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O presidente do Ibram, Raul Jungmann, enfatizou que qualquer negociação deve ser feita com o governo brasileiro, não com os empresários.

Jungmann reportou a situação ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que lidera as negociações com os EUA. Ele destacou que as empresas possuem concessões da União para explorar os minerais.

Atualmente, não houve sinalização dos EUA sobre incluir o acesso a minerais nas negociações tarifárias. Trump já indicou que um possível acordo poderia envolver o tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e questões relacionadas a big techs.

No entanto, Jungmann esclareceu que a legislação brasileira não permite venda direta de minerais entre governos, mas empresas americanas podem participar por meio de parcerias.

Em discurso, Lula reforçou a soberania brasileira sobre seus recursos naturais e que “ninguém põe a mão” nos minerais do Brasil.

Alckmin comentou que a pauta de mineração é extensa e pode ser explorada, embora não tenha confirmado negociações específicas. Ele observou que o Brasil tem um superávit na balança comercial com os EUA no setor mineral.

Uma comitiva de empresários deve viajar para os EUA em setembro ou outubro, visando pressionar por negociações.

Os minerais críticos são essenciais para desenvolvimento econômico e tecnológico. O Brasil possui 23% das reservas de terras-raras e 93,1% do nióbio mundial, ambos fundamentais para tecnologias modernas e transição energética.

O professor Rubens Duarte destaca que a exploração de recursos pode influenciar negociações e deve considerar os interesses nacionais.

Ronaldo Carmona afirma que a gestão de minerais é uma questão de segurança nacional e o Brasil deve garantir acordos favoráveis.

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