Por que as bancadas de cozinha sofrerão maior peso do tarifaço de Trump
Setor de rochas ornamentais enfrenta incertezas após a imposição de sobretaxa de 50% pelos EUA. Impactos negativos estão em curso, com perdas significativas em exportações e ameaças a empregos.
Setor de Rochas Ornamentais enfrenta crise após anúncio de sobretaxa de 50% por Donald Trump em julho.
Até o início do mês, o setor comemorava um crescimento de 24% em faturamento e projeções de recorde de exportações para 2025.
A sobretaxa impacta negativamente, pois quase 50% da receita vem de vendas externas. Os EUA foram responsáveis por 65,4% das exportações em 2024.
Fábio Cruz, vice-presidente da Centrorochas, alerta: "Uma taxa de 50% inviabiliza exportações". O setor emprega 450 mil pessoas direta ou indiretamente.
Cruz destaca que o Brasil é o principal fornecedor de rochas ornamentais para os EUA, uma posição conquistada ao longo de décadas.
A Centrorochas busca renegociar a tarifa com o governo e importadores, pedindo que o prazo seja prorrogado.
- Impactos imediatos: 1.140 contêineres deixarão de ser embarcados, resultando em uma perda de US$ 38 milhões.
- Incerteza similar à da Embraer: setor de aeronaves também é dependente dos EUA, com 61,7% das exportações destinadas ao país.
Francisco Gomes Neto, da Embraer, menciona que a sobretaxa pode ter impactos comparáveis à pandemia de coronavírus.
Setor Pesqueiro também sofre: 60,8% dos produtos são enviados aos EUA. Após a sobretaxa, 58 contêineres de peixes deixaram de ser embarcados.
O setor movimenta R$ 20 bilhões anuais e gera 5.900 empregos diretos.
Relatório da FGV/Ibre aponta que 10 produtos representam 57% das exportações brasileiras para os EUA, contrastando com a China, onde 3 produtos dominam.
Em 2023, 9.553 empresas brasileiras exportaram para os EUA, posicionando o país como o segundo maior destino exportador da Brasil.