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Por que a população de Gaza não está recebendo a ajuda de que tanto precisa

Cerca de 700 mil habitantes da Faixa de Gaza enfrentam desnutrição severa e precisam de ajuda humanitária urgente. A ONU e ONGs internacionais criticam a recusa de Israel em restaurar sistemas de entrega de ajuda e denunciam o agravamento da crise.

A Faixa de Gaza enfrenta uma grave crise humanitária após 21 meses de guerra. Os habitantes estão morrendo de fome e necessitam urgentemente de ajuda básica.

Agências da ONU e organizações humanitárias denunciam restrições impostas por Israel à entrega de suprimentos, alegando obstáculo à segurança no território bombardeado. Mais de 100 ONGs alertam para um risco de crise ainda maior.

Entre quinta (24) e sexta (25), nove pessoas morreram de fome, aumentando o total de mortos por inanição para 122. O Programa Mundial de Alimentos informa que cerca de 700 mil pessoas em Gaza não comeram há três dias.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou a indiferença da comunidade internacional e afirmou que as crianças desejam ir ao paraíso por causa da falta de alimento.

A Alemanha, França e Reino Unido também pediram a imediata suspensão das restrições à ajuda humanitária em Gaza. Um membro do governo israelense afirmou que estão avaliando a retomada de entregas de suprimentos pelo ar.

A Fundação Humanitária de Gaza (FHG) é o principal canal de distribuição de ajuda, porém, enfrenta caos e violência. As operações são limitadas a apenas quatro pontos de distribuição, ao contrário dos 400 disponíveis anteriormente.

Desde maio, as forças israelenses mataram cerca de 800 palestinos enquanto buscavam ajuda. Israel nega restaurar o antigo sistema humanitário da ONU, alegando que o Hamas se aproveitava dele.

ONGs internacionais relatam que ajuda bloqueada aguarda autorização para entrar em Gaza e que a coordenação com o Exército israelense é difícil. Israel controla a entrada de suprimentos na região, mas o Cogat afirma que cerca de 70 caminhões com alimentos foram descarregados.

Enquanto isso, a população continua a arriscar suas vidas em busca de comida. "Alimentaremos nossos filhos, mesmo que nos custe a vida", disse Yusef Abu Shehla, morador de Khan Yunis.

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