Por que a obra de um prédio de luxo anexo ao Shopping Iguatemi, em Sorocaba, foi parar na Justiça
Adquirentes do Brickel Iguatemi enfrentam incertezas e prejuízos milionários após ausências nas obras e atribuições de responsabilidade entre construtora e shopping. O processo judicial se arrasta enquanto compradores clamam por justiça e solução para o que deveria ser um empreendimento de alto padrão.
Prédio Brickel Iguatemi em Sorocaba ainda não saiu do chão, apesar de prazo de entrega em novembro de 2024. O projeto contempla 177 salas comerciais e apartamentos na área mais valorizada da cidade.
Lançado em 2021, o empreendimento arrecadou cerca de R$ 100 milhões de compradores, que acreditam que as unidades agora valeriam R$ 300 milhões.
A situação foi parar na Justiça. Uma decisão de primeira instância reconheceu a responsabilidade da CSC 41 Participações Ltda (grupo Iguatemi) e da construtora CRB, que está em recuperação judicial. Essa liminar foi derrubada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
No processo, os advogados da CSC 41 afirmam que a responsabilidade pela construção é exclusiva da CRB. O empresário Vanderlei Nunes, um dos compradores, relata que foi atraído pela propaganda no shopping e pagou cerca de R$ 1 milhão por uma unidade.
Em março do ano passado, o juiz Fabiano Rodrigues Crepaldi afirmou que a CSC 41 tem obrigação solidária pelos prejuízos. Ele denunciou a CRB por “sumir com o dinheiro dos adquirentes” e não iniciar as obras.
A liminar anterior previa que a CSC 41 contratasse uma nova construtora e iniciasse as obras em 30 dias, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
A CRB informou que o caso está em trâmite judicial e que está em recuperação. A advogada dos adquirentes, Luciane de Freitas Silva, denuncia o aumento contínuo dos prejuízos para as famílias que investiram suas economias no projeto.
A CSC 41 não se manifestou e afirma que a comercialização e construção da torre são exclusivamente da CRB, enquanto sua defesa argumenta que não há vínculo contratual com os adquirentes.