Por que a inédita eleição para escolha de juízes no México importa?

As eleições inéditas para juízes no México ocorrem em meio a uma reforma judicial polêmica, vista por defensores como uma forma de democratizar a Justiça e criticada por outros que temem sua politização. O resultado da votação, marcada para o dia 1, terá grande impacto na população e investidores do país.

Os juízes eleitos determinarão questões como custódia de filhos, extradição de traficantes e direitos individuais. Histórico de participação eleitoral é motivo de preocupação: estima-se que entre 5% e 20% dos cidadãos votarão, comparado a 61% nas presidenciais passadas.

A nova legislação muda como um juiz é escolhido, substituindo a carreira judicial por voto popular com requisitos menos rigorosos. A defesa, liderada pelo partido Morena, argumenta que isso reduz corrupção, enquanto críticos alertam sobre a politização da Justiça e a perda de imparcialidade.

Um desconhecimento generalizado sobre os candidatos — com 7,7 mil aspirantes para 2,6 mil cargos — é evidente, e partidos não podem promovê-los. No entanto, há tentativas de mobilização nas redes sociais. Os candidatos são associados a siglas que indicam suas origens, gerando confusão entre os eleitores.

Críticos, como a juíza María Emilia Molina, afirmam que votar legitima a destruição do poder judiciário e pergunta: “Há candidatos realmente independentes?”

A especialista Alcocer destaca a falta de “pedagogia da Justiça”, o que resulta em baixa conscientização sobre o processo eleitoral. Os juízes decidirão sobre temas cruciais como feminicídios, violência doméstica e direitos de menores.

A reforma gera incertezas em um ambiente já delicado, com comparação a sistemas de votação judicial em outros países, que não se mostraram isentos de problemas.