Por que a Fidelity dobrou a aposta na Gerdau
Fidelity aumenta participação na Gerdau e se torna maior acionista do float, mesmo em meio a desafios do mercado de aço. A siderúrgica, beneficiada por sua diversificação geográfica, apresenta resiliência em relação à sobreoferta e tarifas comerciais.
Fidelity Management & Research dobrou sua participação nas ações preferenciais da Gerdau, passando de 5% para 10,5%, tornando-se o maior acionista do float.
A Fidelity, acionista histórico da Gerdau, sempre esteve entre os 10 maiores investidores, antes superada por BlackRock (7,7%) e Vanguard (5,6%).
O aumento na participação ocorre apesar da sobreoferta de aço no mundo, especialmente devido à China, que enviou 70% do aço importado pelo Brasil no último ano.
O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, afirma que o setor não necessita de proteção, mas de um sistema que garanta isonomia competitiva.
A indústria local protesta contra a ineficácia das medidas de proteção comercial, enquanto os players domésticos diminuem preços para manter market share.
A Gerdau, no entanto, apresenta um posicionamento favorável em relação a outras siderúrgicas, devido à sua diversificação geográfica, que oferece um hedge natural.
Atualmente, 46% do EBITDA da Gerdau provém da América do Norte, especialmente dos EUA, onde a demanda está crescendo e o backlog ultrapassa 80 dias.
As empresas líderes nos EUA, como a Nucor e Steel Dynamics, anunciaram aumentos de preço, o que deve beneficiar os resultados futuros da Gerdau.
Embora a ação da Gerdau tenha recuado 18,5% nos últimos 12 meses, ela subiu 5% nos últimos 30 dias. O valor de mercado da companhia está em R$ 31,5 bilhões.