HOME FEEDBACK

Por que a exploração de lítio no Chile se tornou um caso de estudo sobre um dilema global

O aumento da extração de lítio no deserto do Atacama levanta preocupações sobre os impactos ambientais e sociais nas comunidades locais. Moradores denunciam a escassez de água e os danos à fauna e flora, questionando se o desenvolvimento sustentável é realmente possível.

Raquel Celina Rodríguez caminha pela seca Vega de Tilopozo, no salar de Atacama, Chile. Antes verde, agora mostra buracos onde havia lagoas, devido
às mudanças climáticas e à extração de água por empresas de lítio.

O lítio, essencial para baterias de carros elétricos e outros dispositivos, teve seu consumo global dobrado de 2021 a 2024, com previsão de mais de 900 mil toneladas até 2040.

Apesar do aumento na produção, moradores locais alertam para custos ambientais. O Chile, segundo maior produtor de lítio, lançou uma Estratégia Nacional para elevar a produção, o que pode aumentar a extração em até 70% até 2030.

A extração de lítio prejudica a biodiversidade, com a diminuição das lagoas e a redução das populações de flamingos. Biólogos locais, como Faviola González, relatam a diminuição de micro-organismos que alimentam aves, afetando a cadeia alimentar.

A mineração, segundo especialistas, traz danos ambientais inevitáveis, mas poderia ser mitigada com avaliações de impacto que considerem as comunidades. Empresas, como a SQM, afirmam estar ouvindo as preocupações locais e testando novas tecnologias.

Moradores, como Sergio Cubillos, criticam os impactos da mineração, afirmando que as decisões sobre recursos hídricos estão distantes de suas realidades. Ele acredita que as comunidades indígenas devem ser incluídas nas decisões sobre suas terras.

A mineração de lítio levanta um dilema: a transição para energias renováveis está exacerbando problemas ambientais locais. Moradores como Raquel destacam que, apesar dos benefícios financeiros, estão pagando um alto preço.

Faviola ressalta que a água retiradas de suas terras afeta diretamente suas vidas e o futuro de suas comunidades, abordando uma questão maior sobre a justiça ambiental.

Leia mais em bbc