Por que a Europa fez tantas concessões no acordo comercial fechado com Donald Trump
Acordo comercial entre a UE e os EUA gera descontentamento entre autoridades europeias, que o consideram desfavorável. Apesar das críticas, a conclusão do pacto pode evitar uma guerra comercial, oferecendo previsibilidade ao comércio transatlântico.
UE aceita acordo comercial desfavorável com Trump
Autoridades da União Europeia enfrentam críticas após concordarem com um projeto de acordo comercial com Donald Trump, resultando em tarifas de 15% sobre a maioria das exportações europeias, enquanto eliminarão taxas sobre carros e produtos agrícolas dos EUA.
François Bayrou, primeiro-ministro da França, descreveu o dia como um “dia sombrio” para a Europa. O parlamentar belga expressou desânimo com o acordo.
Apesar das reações negativas, a UE considera que o acordo poderia ter evitado um desastre maior, segundo Aslak Berg, do Centro para a Reforma Europeia. Ele disse que, embora não ideal, o acordo traz um certo grau de previsibilidade.
A crise começou em 2 de abril, quando Trump anunciou tarifas altas, incluindo 20% para a UE. Maros Sefcovic, comissário da UE, afirmou que a realidade mudou.
As autoridades da UE tentaram unificar uma resposta, mas a proteção de indústrias nacionais dificultou. Trump ameaçou tarifas até 50% se um acordo não fosse alcançado.
Após diversas negociações (10 visitas a Washington), ficou claro que Trump não recuaria. A UE aceitou tarifas de 15% após perceber a seriedade das ameaças tarifárias.
O acordo resulta na eliminação de tarifas sobre carros americanos e produtos industriais, enquanto os exportadores europeus pagarão 15% sobre seus produtos.
Apesar das críticas, a UE não alterou suas regulamentações sobre negócios digitais, nem aceitou produtos agrícolas sensíveis. O acordo também considera questões de segurança e relações internacionais.
Sefcovic afirmou que o acordo previne uma guerra comercial que prejudicaria ambos os lados, salvando fluxos comerciais e empregos na Europa.