Por que a Azul seguiu as rivais até a recuperação judicial e quais são os desafios para sair dela?
Azul Linhas Aéreas inicia processo de recuperação judicial nos EUA após registrar prejuízos significativos. A decisão visa reestruturar dívidas e reduzir a frota em 35% para melhorar a eficiência operacional.
Azul Linhas Aéreas pediu recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11, apresentando acordos com credores para reestruturar a companhia.
A previsão é alcançar US$ 1,6 bilhão em financiamento e até US$ 950 milhões em novos aportes. A empresa eliminará mais de US$ 2 bilhões em dívidas, com um endividamento total de US$ 9,6 bilhões (aproximadamente R$ 54,6 bilhões).
A Azul também planeja reduzir sua frota de aviões em 35% até 2030, diminuindo obrigações de arrendamento em US$ 744 milhões em quatro anos.
A decisão de recorrer ao Chapter 11 seguiu a tendência de outras aéreas brasileiras, como Latam e Gol, em busca de reestruturação.
As ações da Azul caíram 12% após o anúncio, fechando em -3,74% no dia. Nos EUA, os ADRs caíram 30%.
O sócio da RGF Associados, Hugo Cayuela, destacou que o pedido se dá em um momento de alta alavancagem financeira, com dívida bruta de R$ 31,35 bilhões, um aumento de 50,3% em relação ao ano anterior.
Os parceiros estratégicos da Azul incluem United Airlines e American Airlines, responsáveis por 60% da dívida em leasing de aeronaves.
O CEO John Rodgerson afirmou que os acordos marcam um passo importante na transformação da Azul. A empresa enfrenta dificuldades desde 2020, agravadas por prejuízos cambiais e problemas logísticos em 2024.
O financiamento de US$ 1,6 bilhão será usado para refinanciar obrigações e oferecer US$ 670 milhões em liquidez durante a reestruturação.
Talks sobre uma fusão com a Gol estão suspensas, mas o Chapter 11 pode abrir novas possibilidades. O governo prefere que as três grandes aéreas operem separadamente devido ao controle de mercado.
Prioridade atual: estabilizar financeiramente e operacionalmente.