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Polônia tem segundo turno da eleição presidencial com influência de Trump e polarização

Eleições na Polônia refletem uma disputa ideológica polarizada entre um prefeito liberal e um conservador nacionalista. A votação deste domingo pode influenciar não apenas a política interna, mas também a segurança e as relações internacionais do país.

Eleições presidenciais na Polônia se concentram em uma escolha ideológica clara: o prefeito liberal Rafał Trzaskowski versus o conservador nacionalista Karol Nawrocki. As pesquisas mostram um resultado indefinido para o segundo turno, marcado para este domingo, 1º.

O presidente Donald Trump manifestou apoio a Nawrocki, sugerindo laços militares mais estreitos se eleito. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, também apoiou Nawrocki em um evento conservador.

A eleição não impacta apenas a Polônia, mas também a posição da União Europeia e da OTAN na região, especialmente com a guerra na Ucrânia em curso. A votação pode fortalecer o primeiro-ministro Donald Tusk com um aliado favorável ao Estado de Direito ou oposição que possa bloquear suas iniciativas.

Candidatos apoiadores de Trzaskowski acreditam em uma Polônia mais forte globalmente com um líder pró-europeu. Já os apoiadores de Nawrocki defendem que um governo conservador é crucial para a soberania nacional.

A possível influência decisiva no resultado vem do político de direita radical Slawomir Mentzen, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, conquistando cerca de 15% dos votos. Apesar de eliminado, sua base jovem e antissistema é altamente cobiçada.

Ambos os candidatos tentaram conquistar Mentzen, viajando até sua cidade natal para participar de seu canal no YouTube. Isto reflete uma mudança significativa na política polonesa, com a direita radical se tornando cada vez mais influente.

Piotr Buras, do Conselho Europeu de Relações Exteriores, afirma que a Polônia reflete um padrão europeu de eleitores buscando forças populistas diante de rápidas mudanças sociais.

No primeiro turno, 35% dos votos da faixa etária de 18 a 29 anos foram para candidatos de protesto. O atual presidente Andrzej Duda, conservador, bloqueou partes da agenda de Tusk, o que mobiliza os votantes da coalizão.

Mentzen apresentou uma lista de exigências a ambos os candidatos, como oposição à adesão da Ucrânia à OTAN. Nawrocki aceitou todos os pontos, enquanto Trzaskowski afirmou concordar com alguns, rejeitando outros.

Debates e entrevistas no YouTube dominaram a campanha, mas a apresentação em um pub com Trzaskowski teve repercussão significativa nas redes sociais. Mentzen, conhecido por criticar a política tradicional, decidiu não apoiar nenhum dos candidatos antes do segundo turno.

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