Política de Trump abala credibilidade dos títulos americanos como o porto seguro do mundo
Investidores começam a perder a confiança nos títulos do Tesouro dos EUA devido à instabilidade econômica e à guerra comercial de Trump. A alta nas taxas de juros pode impactar negativamente o mercado e as finanças dos consumidores americanos.
Turbulência no Mercado de Títulos dos EUA
Tradicionalmente, títulos do governo americano são vistos como o refúgio seguro em tempos de crise. No entanto, a recente instabilidade nos mercados revela a perda de fé na dívida do governo dos EUA, em grande parte devido à guerra comercial do presidente Trump com a China e a prospectiva de uma desaceleração econômica mundial.
Mark Blyth, economista político, afirma que o mundo percebe uma falta de liderança dos EUA, resultando em uma forte liquidação de títulos. Isso forçou o governo a elevar as taxas de juros, elevando também os custos de hipotecas, empréstimos e cartões de crédito.
Na semana passada, o rendimento do título do Tesouro de 10 anos subiu de 4% para 4,5% — o maior aumento em 25 anos. Esse cenário é agravado pela venda massiva de títulos por fundos de hedge e uma possível resposta do banco central da China às tarifas americanas.
As tarifas de Trump, embora defendidas como um meio de recuperar empregos, estão desacelerando o comércio sem uma estratégia clara. Economistas alertam para uma crise de confiança global na economia americana e um possível rebaixamento do status dos EUA como um porto seguro para investimentos.
Justin Wolfers, economista, observa que o nervosismo dos investidores reflete a perda de fé na capacidade americana. Essa reavaliação pode aumentar os custos de dívidas, afetando a construção de escolas e serviços públicos.
O cenário econômico é complicado. Embora o dólar ainda mantenha status, o apetite por títulos americanos está diminuindo. A Europa e o renminbi chinês estão se fortalecendo, porém nenhuma alternativa clara surge para substituir os títulos do governo dos EUA.
O futuro permanece incerto, e o mercado de títulos sinaliza uma possível recessão, com impactos difíceis de prever na economia global.