Pluralismo da mídia na Europa está sob ameaça, diz relatório
Relatório revela que a concentração de mídia ameaça a liberdade de imprensa na UE, com impactos diretos na democracia. Sete países enfrentam problemas graves, enquanto a resistência a novas regulamentações complica a proteção jornalística.
Relatório da União das Liberdades Civis da Europa revela que o pluralismo da imprensa na União Europeia está ameaçado.
A concentração de veículos midiáticos nas mãos de poucos grupos compromete a liberdade de imprensa, especialmente em países com mercados tradicionais livres.
Baseado no trabalho de 43 grupos de direitos humanos de 21 países, o documento destaca que a situação representa um risco crescente para a democracia no bloco europeu.
Jonathan Day, editor-chefe do relatório, afirma que os governos buscam controlar a mídia para enfraquecer o Estado de Direito.
Países mais afetados: 7 nações foram identificadas com concentração excessiva de propriedade midiática, colocando a situação em risco.
- Bulgária
- Grécia
- Malta
- Suécia : Bonnier controla 43% dos jornais, Schibsted 13%.
- Países Baixos : RTL Nederland e Talpa Network dominam 75% do mercado televisivo.
- A Alemanha tem 62% dos editores prevendo cortes de pessoal.
- Hungria : Kesma, ligada ao governo Orbán, controla centenas de empresas de mídia.
Situações críticas incluem:
- Mídia pública como "porta-voz" do governo na Hungria.
- Eslováquia: novas leis eliminam a independência editorial.
- França: aquisição do Hachette por Bolloré restringe pluralismo.
- Itália: Grupo Angelucci tenta adquirir a agência AGI.
Desafios adicionais: Violência e discursos de ódio contra jornalistas, além de processos judiciais abusivos que ameaçam a atividade jornalística.
Autoridades dificultam pedidos de liberdade de informação em vários países, enquanto a Emfa (Lei Europeia de Liberdade de Mídia) enfrenta resistência antes de entrar completamente em vigor.
Day destaca que a aplicação bem-sucedida da Emfa é crucial para a liberdade de mídia na UE.