Plataforma global poderia ajudar Brasil a agregar valor a minerais críticos, diz pesquisador

Proposta de Plataforma Global de Minerais Críticos poderia beneficiar o Brasil, impulsionando a agregação de valor à produção mineral e protegendo a transição energética de conflitos geopolíticos.

José Antônio Puppim de Oliveira, co-autor da proposta publicada na revista Science, afirma que o Brasil, apesar de possuir uma base mineral rica, está atrás na transformação desses recursos.

A plataforma funcionaria como uma janela de comércio entre países fornecedores e consumidores, permitindo que os países produtores investissem em tecnologias que agreguem valor à produção mineral, especialmente em países em desenvolvimento.

O Brasil detém grandes reservas de minérios, como níquel, grafita e terras raras. Puppim destaca que o país poderia ampliar sua capacidade industrial e tecnológica com a cooperação internacional.

A proposta sugere que adesão seria voluntária, com todos os países tendo voz, garantindo que países em desenvolvimento não sejam prejudicados por pressões externas.

A plataforma incluiria mecanismos para salvaguardas ambientais e sociais, assegurando práticas sustentáveis na extração e produção de tecnologias.

Puppim menciona que minerais críticos são essenciais para a transição energética, pois são necessários para tecnologias como veículos elétricos e sistemas de energia renovável. A concentração desses recursos em poucos países representa um risco para a segurança do suprimento.

O professor acredita que, ao aderir à plataforma, o Brasil poderia contribuir para a transição energética e atrair investimentos para desenvolver indústrias locais focadas em tecnologias sustentáveis.

A expectativa é que a proposta seja discutida na cúpula do G7, que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.